Espaço das Aguncheiras, a cooperativa cultural
O Espaço das Aguncheiras constituiu-se como cooperativa cultural em 2006, após o desafio lançado por São José Lapa, de pegar na peça de William Shakspeare, o Sonho de 1 Noite de Verão, e o fazer nas Aguncheiras, com actores profissionais e estreantes da região.
O êxito junto do público, mais de mil e quinhentas pessoas em seis representações, e o grupo de entusiastas que dali resultou, mobilizaram-se na constituição de uma cooperativa cujo objecto social da sua actividade é a criatividade, a difusão, a informação, a dinamização e a animação cultural, promovendo o combate a todas as formas de discriminação e a igualdade de género e de oportunidades.
O nome
Aguncheiras, porque é o nome do local que nos acolheu desde o início, através de São José Lapa e da sua vontade de disponibilizar o seu património, como espaço de desenvolvimento e fruição artística aberto a colaboradores e ao público. Espaço, porque representa as múltiplas possibilidades de criação conjunta com a natureza, a sua beleza e o respeito que procuramos e ensinamos com as peças que criamos e as actividades que desenvolvemos.
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Quem somos
Somos um núcleo de pessoas unidos pelos afectos e pela crença da cultura como necessidade básica de um ser humano completo. São José Lapa Encenadora, Actriz e mentora do Espaço das Aguncheiras, Inês Lapa cenógrafa, Actriz, escultora, produtora, João Paiva Historiador, Professor e Técnico Superior da CIG, Actor, Rui Pedro Cardoso Actor, encenador, Isabel Martins Educadora de Infância, Actriz, Flor Vicente, Enfermeira, Gestora.
A nós se juntam, em cada acção, profissionais do espectáculo (artístas e técnicos) e de outras áreas, com os quais garantimos a qualidade das nossas produções. Até hoje colaboraram connosco, Hélia Correia, Alberto Lopes, João Cabral, Joana Manaças, Rui Paulo, Valerie Braddell, Paulo Pinto, João D’Ávila, Jorge Fraga, Kira O’Reilly, Carolina Vasconcelos, Lavínia Moreira, Paulo Lázaro, Maria Tengarrinha, Artur Guerra, Vanda Canana, Catarina Gonçalves, Eva Bastos Pereira, Fernando Lupach, Francisco Martins, Francisco Rasteiro, Guilherme Macedo, Jaqueline Vaz Amaro, José Rocha Santos, Filipe Duarte, David Almeida, Manuel Romano e também Ana Maria Lucas, Alexandra Moura, José Manuel Marques, Nuno Santana, Fernando Alvarez, Patrícia Santos, Fernando Júdice, Alexandre Almeida, Jorge Fonseca, Álvaro Pinto, Ana Castilho, André Pereira, João Félix, Lucinda Alves, Margarida Oliveira, Victor Linhares, Sandra Pereira, Chase Valentin, Marinel Matos, João Castella entre outros.
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A nossa história
Desde a sua fundação o Espaço das Aguncheiras constitui-se como um projeto de retorno às origens primordiais do pensamento artístico, ligando a criação e experimentação à reflexão sobre os grandes temas sociais e a uma grande proximidade com a natureza.
Desde 2005 que preparamos o terreno, pensamos o teatro e vivemos a envolvente ambiental.
Numa perspetiva multidisciplinar, o espaço cénico tem sido um dos elementos centrais em que se ancora a representação teatral. A ideia de fazer teatro integrado na natureza, embora peça central do nosso trabalho, nunca excluiu outras opções. Temos trabalhado em teatros ditos convencionais e outros locais alternativos e procuramos, pela itinerância, chegar a outros públicos, tornar conhecidas as nossas atividades e otimizar o trabalho e os recursos que investimos. Não estando circunscritos ao espaço onde “nascemos”- o local das Aguncheiras – é nele que crescemos, desenvolvemos ideias, estabelecemos objectivos e construímos as nossas criações.
Procurámos sempre levar o nosso trabalho às escolas situadas na envolvente das Aguncheiras, para realizarmos o “trabalho” de educar para a arte e a cidadania. Durante três anos coordenamos a Mostra de Teatro Escolar, três anos em que sempre cresceu o número de escolas envolvidas. Entre 2009 e 2013, com projetos apoiados pelo POPH, envolvemos as escolas e comunidades locais, através da sua participação nas oficinas, apresentações, debates e espetáculos que constituíram o Palco de Oportunidades, Palco: campo de Igualdade e Casa eco-Criativa com financiamento do Eeagrants. Nestas acções participaram centenas de jovens, professores e outros cidadãos, foram apresentados 7 espetáculos em vários locais do concelho e 60 performances/debates. Com a Casa Eco-Criativa foi editado um DVD com o trabalho desenvolvido, com o projeto Palco foi editado um caderno com os resultados finais do trabalho.
Pontualmente recebemos artistas em residência que trazem visões e saberes de outras experiências, e procuramos, sempre que possível, viajar para outras paragens: Lisboa e Cascais, pela sua proximidade afetivae profissional - Carlos Avilez/Teatro.
Mirita Casimiro, Fernanda Lapa/Escola de Mulheres – e pela diversidade sociogeográfica, foram alguns dos palcos onde atingimos públicos mais vastos. Em 2013, sem apoio, levámos a presença de Portugal ao Happy Days
Enniskillen International Beckett Festival, na Irlanda do Norte, um importante evento mundial, inteiramente dedicado à celebração da obra e do legado de Beckett, cujo programa, constituído por espetáculos, leituras, conferências, exposições, concertos e eventos paralelos partilha a mesma perspetiva multidisciplinar de cruzamento de saberes que sempre orientou o nosso trabalho nas Aguncheiras. Antes visitámos o Watermill Center, localizado próximo de Nova Iorque, na região de Southampton, onde o seu fundador, Robert Wilson, sediou o seu laboratório para artistas emergentes de todo o mundo explorarem novas ideias. Com esta deslocação procurámos sedimentar a nossa experiência, na observação e na aprendizagem de projetos semelhantes em filosofia e processo de trabalho, embora diversos no recurso a fontes de financiamento.
As criações de Teatro do Espaço das Aguncheiras são desenvolvidas em residências, onde toda a equipa artística e técnica é convocada a participar. Acreditamos na coautoria e na autoria coletiva com os atores. Acreditamos que os atores só podem dar voz à escrita solitária do autor se eles próprios ouvirem e dialogarem com teóricos e investigadores: “Há uma vontade de rutura com o mundo para melhor abraçar a vida na sua plenitude e descobrir na criação artística o que a realidade recusa.” (in, Georges Bataille, A literatura e o Mal).
Sob o ponto de vista da sua essência os espetáculos não serão qualitativamente diferentes por serem preparados fora da urbe ou na urbe, visto que o grupo matricial se mantém, mas do seu levantamento naquele local, resultam objetos esteticamente ímpares. Não sendo espetáculos “de rua” são espetáculos concebidos para incluir neles os imprevistos visuais e sonoros que o ar livre determina, trazendo-lhes uma outra camada de singularidade.